Nos últimos dias, tive a oportunidade de trocar ideias com diferentes organizações do #ecossistema de inovação no Brasil. Isso me levou a uma reflexão sobre o estado atual do ambiente de negócios e o futuro dos ecossistemas de inovação no país.
Na primeira reunião que tive, um investidor estava avaliando #startups que não estavam trazendo efetivamente grandes novidades para o próximo batch (grupo de startups de uma aceleradora). Ou seja, estávamos vendo “mais do mesmo”: soluções não inéditas e um mesmo padrão de startup.
Depois, ao longo do dia, surpreendi-me com a notícia de que um dos programas corporativos de #inovação mais antigos do mercado anunciava o encerramento de suas operações. Esse mesmo programa eu havia convidado para ocupar um estande em uma conferência que organizei em 2017. Talvez esse seja um movimento isolado — assim espero —, mas fiquei com a pulga atrás da orelha. Falando em programas corporativos de startups, embora eu perceba uma evolução e ajustes na proposta de valor, ainda sinto falta de uma grande notícia positiva para esse setor.
No encontro seguinte, percebi uma falta de interesse das pessoas em ingressar na discussão sobre o #desenvolvimento de novos investidores-anjo. Se não houver uma preparação do ambiente para essa conversa, que requer um contato individual ou uma ativação presencial, não haverá quórum para assuntos desse nível em ecossistemas mais maduros.
Do lado do setor público, parece que as prefeituras ainda estão no modo “espera” quando o assunto é inovação. Mesmo com conexão direta com alguns prefeitos, a agenda deles segue lotada com outras prioridades. Mas e aí? Será que depois do Carnaval vem novidade, ou teremos que esperar o bloco da inovação sair na avenida?
Tais reflexões podem sugerir um cenário pessimista, mas gostaria de trazer à tona alguns pontos positivos.
Em outra região do país, o setor público traz alguma esperança: surgiu um edital que dialoga com o desenvolvimento de ecossistemas de inovação. Isso é novidade, considerando que, nos últimos anos, vimos instrumentos dedicados ao desenvolvimento de startups ou estruturas físicas, sem levar em conta o ecossistema atuante.
Por toda parte, também surgem startups que estão aproveitando a #inteligência #artificial e as ferramentas integradoras de software para substituir processos manuais e trazer mais eficiência para diferentes negócios. Isso será transformador para a competitividade das empresas.
Depois de passar por oito cidades no Nordeste, consegui ver comunidades emergentes e mais maduras se apoiando para que o #empreendedorismo floresça. Nesse aspecto específico, o Porto Digital (Parque Tecnológico em Recife) apresentou elementos que, na minha análise, tornarão esse lugar um ecossistema especialmente atrativo.
🌍✨ Diante dessas duas visões distintas, o que podemos esperar para o futuro dos ecossistemas de inovação?
No setor público veremos um aumento de editais para a construção de ecossistemas em rede. Percebo que estamos finalizando a fase de editais para construir prédios, parques tecnológicos e mais “hardware” e que, em breve, será concluído que precisamos de mais “software” — ou seja, mais vida pulsante dentro desses espaços, gerando inovação. Parece-me que chegou o momento de refletir: “Algo está errado! O ambiente construído não está gerando inovação automaticamente.”
Minha bola de cristal da inovação diz que uma das formas de conectar as ações corporativas às atividades inerentes aos ecossistemas de inovação é começar pela Responsabilidade Social Corporativa. Ao investir em impacto positivo para os #stakeholders, as empresas podem, no médio prazo, perceber que essa ação também gerará valor para elas mesmas. Todo mundo ganha!
No mundo das startups, as #deeptechs (startups com base em ciência e tecnologia avançada) estão ganhando cada vez mais espaço. Elas trazem inovação disruptiva, com um impacto profundo no ecossistema, e já estão chamando a atenção dos investidores. Se o Brasil não acordar para essa onda, possivelmente os investidores estrangeiros vão!
Para as startups que não surgiram a partir de pesquisas acadêmicas, é fundamental atender aos desafios corporativos em profundidade. Isso requer empreendedores mais experientes, com bagagem profissional suficiente para identificar esses problemas.
Resta saber como engajar todos esses atores para puxar a corda mais para o lado positivo do que para o negativo. No livro que lançarei em abril, “Acelerando Ecossistemas de Inovação”, pretendo responder a essa questão. O livro se baseia em pesquisa com mais de 150 artigos científicos, um estudo de caso brasileiro com a participação de mais de 100 respondentes e na experiência observada nos workshops que organizei para desenvolver ecossistemas. Seja o primeiro a saber acessando: Acelerando Ecossistemas de Inovação, com Franklin Yamasake
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Essas previsões podem se tornar realidade em um ano, em cinco ou talvez nunca aconteçam – podem ser só devaneios! Mas se quiser soltar a imaginação comigo, os comentários estão abertos!
Franklin Yamasake – Traciona